3.29.2010

Como Ensinar Música


Todos os bebês nascem com potencial para desenvolver o talento musical. Nós, pais, é que, normalmente por desconhecimento, deformamos a audição dos nossos bebês, apresentando-lhes músicas desafinadas, ou dando-lhes instrumentos de brinquedo. No entanto, deve-se dar especial atenção aos estímulos musicais nessa fase, pois se até os seis anos a criança não for estimulada, não desenvolverá o chamado ouvido musical. Mais tarde quando quiser aprender um instrumento, já terá perdido a habilidade para tal.

O que dizem as pesquisas científicas
  • Antes de uma criança conseguir processar a linguagem verbal, consegue processar música. Experiências musicais em tenra idade melhoram o raciocínio espacial-temporal e o aprendizado de conceitos matemáticos (Rauscher, 1997).
  • As experiências com música são vitais para a fala, para o desenvolvimento motor e para a integração sensorial.
  • Quando ouvem música clássica, as crianças fortalecem os circuitos cerebrais usados mais tarde para a Matemática. Ouvir música também consolida as trajetórias inerentes ao cérebro que são usadas para tarefas racionais complexas.
  • O Dr. Mark Tramo, neurocientista da Escola de Medicina de Harvard, disse que a exposição à música reforça os circuitos nervosos. Como outros circuitos formados nos primeiors anos, os circuitos formados pela música perduram por toda a vida.

Exercícios para desenvolver um ouvido musical
Simplesmente ponha peças musicais para seu filho escutar. Dê preferência à Música Clássica, pois é a mais rica e completa, e por isso mesmo mais adequada para o desenvolvimento da percepção musical. Isso não quer dizer, porém, que você não deva por para tocar o seu sambinha preferido, ou aquele chorinho. Você pode e deve fazer isso também.

• Ponha para tocar peças de que você goste;

• Deixe tocar um pequeno trecho musical 3 ou mais vezes ,por dia, durante aproximadamente uma semana.Antes da execução da peça, anuncie o nome da obra e do compositor.
• Enquanto escutam a peça , você pode optar por uma escuta ativa, dançando, pulando, balançando ao ritmo da música, abraçando ou beijando seu filho.
• Depois de uma semana, selecione um novo trecho da mesma peça musical, ou uma nova peça.
• Sempre para antes que seu filho queira parar
Se quiser, você também pode mostrar a foto do compositor e mencionar alguns fatos sobre sua vida e tocar uma peça completa.
OBS: o método é igualmente eficaz se a criança escutar a música, enquanto realiza outras atividades, como comer, vestir-se, brincar, etc. Mesmo que ela não pare para prestar atenção aos sons que ouve.
Pesquisas recentes têm demonstrado que os bebês têm uma nítida preferência por peças do período barroco e do período clássico. Isso significa que tendem a gostar mais de compositores como Bach, Vivaldi ( e outros do período Barroco) e de Mozart ( período clássico).

Desenvolvendo ritmo

• Toque algumas marchas e marche de acordo com o ritmo
• Dance ao longo de uma valsa
• Em resumo, escolha diferentes músicas e mova-se, para ajudar seu bebê a identificar o ritmo.

A.J. Portela

15 comentários:

  1. Julia,

    Estou acompanhando seu blog a algum tempo!Parabéns pelas postagens.
    Moro na Espanha e sou amante de Gleen Doman e, tambem, do metodo Suzuki.
    Meu filho vai fazer 4 anos e começara a estudar violino. Muito obrigada por contribuir com sua experiencia e disponibilizar seu tempo em compartilhar novas idéias!
    Também sou formada em Letras, mas exerço a profissao somente com meus filhos, pois tenho um bebê de 1 aninho!

    Beijo grande

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    1. Olá, tudo bem? Meu nome é Jardel e vi seu comentário. Eu toco ViolonCello e queria ensinar música a algumas crianças com mais o menos a idade do seu filho, você poderia me dar umas dicas por onde começar?

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  2. Olá Júlia

    Fico feliz em siguir o seu blog. As informações são muito interessantes.

    Ouvimos muita música classica em casa.

    Moro na Alemanha e minha filinha visita o Jardim de Infância Waldorf.

    A música tem sido um complemento muito importante no desenvolvimento dela.

    Também gosto muito do método Montessori.

    Estou sempre lendo e buscando novas informações, para enriquecer o nosso lar e o desenvolvimento de nossa filinha.

    Também gostamos muito de pintar juntas.

    Beijos e obrigada pelo seu trabalho.

    josi

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  3. Oi Ana! Estou amando seu blog! Obrigada por ser umapessoa tão inspiradora!
    beijos

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  4. Obrigada, amiguinha. Volte sempre que quiser.

    besitos

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  5. Que tri! Isso é nada mais nada menos do que o "MÉTODO SUZUKI" ou mais conhecido como o "MÉTODO DA LÍNGUA MATERNA". Que maravilha cientistas comprovarem o que o Dr. SHINICHI SUZUKI já dizia há 1 século atrás.
    PARABÉNS PELO BLOG E PELO POST!

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  6. Olá meninas, já sabia que colocar o bebê para escutar músicas classicas é bom para estimular a inteligencia e que tb acalma. Coloquei desde os primeiros dias de vida deles musicas classicas de vários compositores famosos. Eles demosntravam atenção e ficavam realmente mais calminhos. Hj com 1 ano e um mes, adoram musica, infantis ou não. Trabalho com música, sou percussionista e tb canto profissinalmente, então, cantar para eles é uma constante. Até invento musiquinhas, eles adoram e já estão acompanhando com gestos e palavras algumas infantis. Música é muito importante para crianças. Gostei deste artigo.
    Bjo, Mari

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    1. E eu gostei de saber que vc é percussionista e cantora. Que privilégio para os seus filhos!

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  7. Olá Julia, adorei seu blog, conheço um pouco de musica, mas meu esposo toca vários instrumentos de palheta e meu filho de 4 anos é extremamente interessado em musica, ele tem vários instrumentos (acordeon, violino,violão) enfim, só que preciso de uma técnica para lhe ensinar as notas, principalmente no acordeon que esta mais apropriado para ele no momento. Você tem alguma dica??

    Encanta, Obrigada

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    1. Oi, me mande um email para ensineseubebe@gmail.com
      para trocarmos uma idéia. beijos.

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  8. Oi, Adorei o blog, estou me deliciando com as novidades, e quero coloca-las em pratica. A respeito da musica, minha filha tem 1 ano e 3 meses, Gabriela, quando eu coloco musicas clássicas, ou que sejam mais lentas "romanticas", ela faz um biquinho, os olhos ennchem de lagrimas, ela fica tão sentida, que se deixar a musica tocando ela chora, é toda emotiva. mas em comerciais da tv que tem musicas, como em aberturas de novela ela dança. Na globo de vez em quando passa propaganda do CD de Julio Iglesias ela adora. Alguma dica pra ela não chorar com as musicas clássicas? pareçe que toca o coração dela e ela se derrete..rs abraços.

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    1. Que gracinha a sua filha!

      A música tem esse poder - incita-nos ao movimento, à alegria, à comoção e até ao ataque (antigamente era comum tocarem trombetas e tambores antes das batalhas, para encorajar os soldados).

      Sabe, minha filha também se emociona quando ouve certas músicas. Eu noto que isso ocorre com músicas em tom menor. Ela chora com algumas canções medievais, com algumas peças de Bach, ás vezes algum trecho de ópera. Mas isso só começou a acontecer quando ela tinha uns 2,3 anos...

      Fiquei impressionada com a sensibilidade musical da sua filha. Ela demonstra ter uma percepção muito aguçada. Continue incentivando.
      Besitos

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  9. Olá, tudo bem? Meu nome é Jardel, toco ViolonCello e queria ensinar música a algumas crianças, você poderia me dar umas dicas por onde começar?

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  10. Ambientes barulhentos agridem

    Na 22ª. segunda semana de gravidez, a cóclea, órgão que abriga todos os componentes da audição dentro da orelha interna, já está completamente formada. Isso quer dizer que o bebê ouve a mesma coisa que você.

    Estudos já demonstraram que o líquido amniótico pode amplificar alguns tipos de som, como os muito graves. A voz da mãe também é amplificada em cerca de 5 decibéis.

    Um estudo chegou a mostrar que mulheres que trabalhavam oito horas por dia num ambiente de muito barulho (em volumes que exigiam proteção auricular) corriam mais risco de ter bebês com problemas auditivos.

    Além disso, é preciso considerar que um barulho muito forte faz com que o organismo da mãe produza hormônios ligados ao estresse, fazendo o coração acelerar, o que não é bom para a saúde cardíaca do bebê.

    Os bebês, desde o útero materno, ouvem e reconhecem vozes. Sabe-se também que são capazes de sentir emoções da mãe, de se assustar e que após o nascimento terão memórias da vida intra uterina.

    O psiquiatra canadense Thomas Verny explica no livro “Bebês do Amanhã: Arte e Ciência de Ser Pais”, que desde os primeiros meses de gestação, a criança é capaz de identificar certos acontecimentos.

    “Com 4 meses e meio, se você acender uma luz forte na barriga de uma gestante, o bebê vai reagir. Se fizer um barulho alto, ele tenta colocar as mãos nas orelhas. Se colocar açúcar no liquido amniótico, ele vai dobrar a ingestão. Bebês gostam de açúcar! Quando se coloca algo amargo, o bebê para de tomar o líquido e faz cara feia. Eles sentem a diferença entre doce e amargo, reagem à luz, ao toque e ao barulho.”

    Vídeo-game e todos os brinquedos sonoros devem ser avaliados pelo som que emitem. “O sistema auditivo é um órgão sensorial extremamente delicado e passível de lesões se for muito carregado, principalmente em bebês, que têm uma sensibilidade auditiva muito apurada. A célula ciliada do ouvido interno do bebê sofre com o ruído excessivo e esse abuso pode acabar levando à sua destruição”, alerta o otorrinolaringologista Jamal Azzam.

    A indicação é sempre manter os pequenos longe de ambientes muito barulhentos, seja um local fechado ou na rua, onde o som do trânsito também causa incômodo. Se for inevitável fugir desses locais, o ideal é proteger os ouvidos da maneira certa. “Muitos pais usam algodão para tapar o canal auditivo, mas isso não garante a vedação necessária do som. Uma opção é usar fones de ouvido de boa qualidade que preservem a audição”, finaliza Azzam.

    “Há uma região no cérebro chamada “tálamo”. Esta é a parte do cérebro na qual a música é percebida. No tálamo as emoções, sensações e sentimentos são percebidos antes destes estímulos serem submetidos às partes do cérebro responsáveis pela razão. A música, portanto, não depende do sistema nervoso central para ser assimilada imediatamente pelo cérebro. Ela passa pelo aparelho auditivo, pelo tálamo e depois vai ao lobo central.

    A “batida” que substitui o ritmo provoca um estado de emoção que a mente não discerne. Desorganiza a química. As batidas graves da percussão afetam o líquido cerebrospinal.
    O volume (amplificado) das músicas acima de 50 decibéis prejudica a audição e a saúde cerebral”.

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